Chumbar, perder um ano ou mais por alguma razão é comum no Ensino Superior em Portugal. Um terço dos alunos demora mais a tirar o curso do que o tempo regulamentar.
"Há um mal-estar na universidade. Basta falar com qualquer professor universitário. Bolonha podia ter sido uma oportunidade para fazer uma excelente reforma do ensino na Europa, mas acabou por ser um processo montado por razões económicas e os governos fazem um esforço por mostrarem as estatísticas do sucesso". As palavras são de Luís Reis Torgal, coordenador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra.
Se em 2002/03 entraram, por exemplo, 100 alunos no primeiro ano de cursos de quatro anos, e se em 2005/06 só se formaram 80, então o índice de sucesso é de 80% e do de insucesso de 20% calcula, de forma simples, o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
A taxa de sucesso dos alunos é contabilizada para o financiamento público das instituições. Uma tendência que deverá acentuar-se, sublinhou já o ministro da Ciência e do Ensino Superior.
Além de muitos novos mestrados, Bolonha levou também à criação de cursos mais fáceis de concluir do que antigamente, defende Reis Torgal.
"Há também licenciaturas criadas só para obter financiamento, sem nenhum fundamento científico", acusa o responsável.
Fonte: Jornal de Notícias
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