Apaixonantes pianistas de latino-jazz, dotados para a musica, Alfredo Rodriguez e Omar Sosa têm em comum o facto de serem músicos cubanos com forte influência da santeria, o culto cujos santos pairam sobre a sua música.
"Yemaya", canta o coro, sobre a canção de título Oye afra, do álbum postumo de Alfredo Rodriguez, morto a 3 de Outubro de 2005, com 69 anos, em Paris, onde se instalou em 1983.
É também dedicado a "Yemaya" (ou Yemanjá), deusa do mar, o novo registo de Omar Sosa, onde é focado igualmente "Eleggua", o primeiro dos orishas, "aquele que abre e fecha os caminhos da vida" ou "Ochun", o Deus do amor.
Alfredo Rodriguez compartilhou muito, no decorrer de uma longa carreira, tocou com grandes nomes da música latina como Celia Cruz, Lupe,Tito Puente, Jose Carlos "Patato" Valdés, Anga Diaz, Orlando Poleo... brilharam os seus impulsos para o jazz, a sua vontade de fazer dançar, as fendas calorosas do seu piano...
Tudo isto está no trabalho Oye afra, concebido a partir de gravações ao vivo reunidas pela sua esposa, onde está presente uma legião de músicos de alto voo, um dos quais Tata Güines, a referência dos percussionistas latinos, falecido em Havana no início de Fevereiro. Muitos convidados constam igualmente no álbum do delicado, abundante e elegante Omar Sosa, o lírico e mistico pianista de jazz, nascido em Cuba no ano de 1965, e estabelecido hoje em Barcelona. Neste album, África impõe-se como uma influência maiúscula.
Fonte: Le Monde
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