7 de maio de 2008

Um terço das mulheres já engravidou sem querer

Algures na vida, um terço das mulheres portuguesas engravida sem querer. Responderam afirmativamente à pergunta 33 por cento das mais de 1600 inquiridas no âmbito de um estudo sobre comportamentos sexuais em Portugal, cujos resultados foram ontem apresentados no Instituto de Ciências Sociais (ICS), em Lisboa.

O coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, Jorge Branco (também director da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa), constata um autêntico "comportamento de risco, voluntário ou involuntário" face ao uso da contracepção.

"O maior número destas gravidezes acontece porque as pessoas não fazem contracepção", lembra. "Se juntarmos a isto as que a fazem incorrectamente..." Os números aí estão. "Não há métodos totalmente seguros, mas não falham tanto assim."
O estudo Comportamentos Sexuais e a Infecção HIV/Sida em Portugal, da responsabilidade do ICS da Universidade de Lisboa, tem por base 3643 entrevistas feitas em 2007 a indivíduos com idades entre os 16 e os 65 anos. A amostra é representativa de Portugal continental. O trabalho, coordenado pelos sociólogos Manuel Villaverde Cabral e Pedro Moura Ferreira, resultou de uma encomenda da coordenação nacional para a infecção HIV/sida.

Os dados relativos à saúde sexual e reprodutiva - um dos capítulos do inquérito - foram apresentados pelo director executivo da Associação para o Planeamento da Família, Duarte Vilar, e comentados por Jorge Branco.

Mostram que a grande maioria (72,8 por cento) das mulheres para quem a gravidez foi uma surpresa optou por continuá-la. "Nem todas as gravidezes inesperadas são indesejadas", precisa Duarte Vilar.
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Fonte: Jornal Público

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