A escultora Irene Vilar, nascida em Matosinhos e que dedicou grande parte da sua obra à cidade do Porto, faleceu ontem, no Hospital de S. João, onde se encontrava internada há cerca de um mês.
As cerimónias fúnebres realizam-se na Igreja de Gondarém, da Ordem das Carmelitas, onde a maioria das peças do templo são da autoria da artista falecida. O cortejo fúnebre realiza-se às 15h00, rumo ao Cemitério da Foz, ficando o corpo em repouso eterno no Jazigo com o nome da artista. A figura frágil de Irene Vilar não correspondia à grandiosidade do seu trabalho, nem tão pouco à grande espiritualidade que colocava em todas as suas obras. “Tenho tempo, não tenho idade” é um aforismo de Agustina Bessa-Luís que a escultora gostava de utilizar para se caracterizar. E numa hora de dor, como esta, para a cultura nacional, em geral, e do Porto, em particular, fica a memória de uma pessoa que gostava de criar obras majestosas.
O busto de Camões e o «Universo», no Porto, o «Monumento ao Pescador» e a escultura de Florbela Espanca, em Matosinhos, ou o «Artilheiro», no Regimento de Artilharia da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, são, entre muitas outras obras de Irene Vilar espalhadas pelo mundo, patentes no Grande Porto e que marcam indelevelmente a contribuição da escultora para o engrandecimento das artes plásticas nacionais… com sotaque nortenho.
Mas a obra de Irene Vilar não se resume a monumentos e esculturas, estendendo-se ainda à medalhística e à numismática. A sua última obra reconhecida publicamente foi uma moeda de dois euros que assinalou a recente Presidência Portuguesa da União Europeia.
Fonte: Primeiro de Janeiro
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