9 de maio de 2008

Programa Alimentar Mundial suspende voos para a Birmânia

Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas a anunciou hoje a suspensão dos seus voos para a Birmânia, considerando “inaceitáveis” as restrições à ajuda humanitária impostas pela Junta militar no poder, depois da passagem do ciclone Nargis ter feito dezenas de milhares de mortos e deixado 1,5 milhões de pessoas afectadas, segundo números das Nações Unidas.

“As restrições que nos impuseram são inaceitáveis”, disse à AFP o director da delegação do PAM para a Birmânia, Chris Kaye, confirmando que todos os voos foram suspensos. O responsável adiantou que dois aviões com ajuda alimentar aterraram esta manhã em Rangum, mas que os alimentos não foram descarregados. Chris Kaye não adiantou as razões que impediram o descarregamento.

Hoje, a Junta da Birmânia fechou a porta às equipas de socorro e de jornalistas de países estrangeiros, apesar dos apelos internacionais concertados para uma abertura do país. Os militares acreditam que eles próprios podem gerir melhor as ajudas materiais e financeiras.

De acordo com o último balanço oficial provisório, o Nargis fez cerca de 23 mil mortos e mais de 42 mil desaparecidos. Estes números estão longe de outras estimativas, nomeadamente a da representação diplomática norte-americana em Rangum, que fala em cem mil mortos, um número que poderá ser fortemente ultrapassado, segundo previsões do embaixador do Reino Unido na Birmânia, Mark Canning.

A comunidade internacional já mobilizou 67 milhões de dólares (43,6 milhões de euros) de ajuda à Birmânia, sob diferentes formas de apoio, tendo apenas a China feito uma contribuição financeira directa ao Governo birmanês, estimada em cerca de 500 mil dólares (325,4 mil euros). Segundo uma lista do gabinete de coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA, na sigla em inglês), perto de 40 países já manifestaram a sua intenção de ajudar as vítimas do ciclone Nagis.

Fonte: Jornal Público

Comentário:"O regime despótico da Junta Militar da Birmânia, de inspiração marxista-leninista está a dificultar o trabalho de ajuda humanitária da ONU, porque o ser humano não tem qualquer valor valor. A China que mantém um regime opressor sobre o Tibete há cerca de 50 anos, apoiou directamente este regime. Todos aqueles que apoiam sem reservas a defesa dos direitos humanos no Mundo inteiro deverão relembrar esta situação."

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