Queria poder andar para ir jogar bilhar com os amigos. Queria poder jogar à bola e fazer ginástica na escola, como todos os outros meninos. Alexandre Miguel, o Gui, como todos lhe chamam, tem consciência, aos oito anos, de que é "um menino diferente". De Cuba viu, na televisão, chegarem a andar outras crianças "diferentes".
Percebe que os pais não têm dinheiro, mas guarda a esperança que alguém possa ajudá-lo a realizar o seu maior sonho andar. "Tenho visto casos, com bons resultados, de miúdos com paralisias mais profundas", afirma a mãe, Maria de Fátima Almeida.
Há dois anos, com a morte da avó materna que tomava conta do Gui e ajudava financeiramente a família, Fátima teve que deixar de trabalhar para cuidar do filho. "Todas as quintas-feiras ia à Guarda fazer um tratamento, mas depois da minha mãe falecer as coisas complicaram-se. Eram mais de 100 euros por semana. É só o meu marido a ganhar. Não pudemos", explicou, acrescentando que a Segurança Social dá 150 euros por mês, que "não chega para nada". Uma vez por semana, Gui faz terapia da fala e fisioterapia na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, mas os tratamentos "precisavam de ser mais intensivos".
Volvidos oito anos, o Gui já fala. Está na escola, na 1.ª classe, na EB 1 da Azurara (Vila do Conde). A família espera agora que alguém possa ajudá-los com mais informação sobre os tratamentos em Cuba e com donativos.
(Telefone da mãe, Maria de Fátima Almeida 919 719 201).
Fonte: Jornal de Notícias
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