25 de julho de 2008

Naturistas queixam-se de praias não vigiadas

"Bem-vindos, dispam-se, estejam à vontade". Noutro local, noutras circunstâncias, a saudação seria, talvez, bizarra. Mas ali, no Meco, há todo um contexto. Depois da longa caminhada pelo areal, até chegar à zona nudista, as boas vindas do pequeno grupo que se juntou para um convívio nudo-naturista, soam com toda a naturalidade.

São poucos, 13 ou 14. Esticaram a bandeira da Sociedade Portuguesa de Naturalogia entre dois paus espetados na areia e, eles e elas, de várias idades, estendem-se nus sobre as toalhas, ou sentam-se, descontraídos. Um deles levanta-se e vai até ao mar. Sorriem, conversam em grupos, sem embaraços.

Todos concordam, este é um mercado turístico "com enormes potencialidades, que não está explorado em Portugal". Os praticantes de nudismo, dizem, "são em geral pessoas cultas, com uma filosofia de liberdade" e em Portugal não há parques, nem praias em número suficiente. Muitos estrangeiros naturistas "poderiam vir para cá, mas não vêm porque não encontram aqui resposta às suas necessidades". É o turismo português que perde.

Mas que vantagens tem, afinal, a prática do nudismo? As respostas são variadas. "Despe a mente de preconceitos", "o corpo todo beneficia dos raios solares", "somos natureza, a pele precisa do contacto com os elementos ". Mas, notam, "o naturismo é muito mais do que nudismo. É uma filosofia de vida". A que eles praticam. Nus, na praia, mas também no que comem e na forma como estão, em comunhão com a natureza, e na partilha de saberes, nos cursos e conferência na sociedade. A prática do nudismo, dizem, está a aumentar em Portugal e os mirones já são menos. Faltam, sim, mais praias, com melhores acessos, e também com vigilância.

Fonte: Diário de Notícias

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