Na marina da Póvoa já ninguém estranha a presença do inusitado hóspede. Oriundo de França, o golfinho Gaspar, que desde Junho passeia pela costa portuguesa, chegou na sexta-feira e não pára de surpreender com habilidades.
"É um artista", graceja. Uma das proezas do animal consiste em, de manhã cedo, bater com a cauda no casco dos iates. "E insiste mais naqueles que têm gente, para os acordar", admira-se o professor de vela. Além de um fetiche com os motores dos barcos, Gaspar tem por hábito "enrolar nas hélices os cabos" com que se amarram as embarcações ao cais. E empurra barcos. Também providencia banhos gratuitos, conta Carlos Fortes, explicando que o mamífero atira água virando a barbatana de lado. "É de forma intencional, para a brincadeira", conclui.Gaspar passeia-se por Portugal desde Junho, tendo sido detectado no dia 11, na Figueira da Foz, disse, ao JN, fonte da Polícia Marítima poveira. Mas o golfinho, da espécie roaz corvineiro, veio de longe: foi identificado em França pela primeira vez, em 2002, onde foi baptizado de Jean-Floc'h, revela Marisa Ferreira, da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem.
Ainda cruzou a Galiza, onde passou a ser Gaspar. Depois da Figueira, esteve na ria de Aveiro entre os dias 13 e 20 do mês passado. A 21, acomodava-se na marina de Leixões, em Matosinhos, de onde saiu, 27 dias depois, rumo a Vila do Conde. Aí, encontrou os barcos dos alunos de Manuel Nunes e com eles entrou na Póvoa de Varzim.
"Nota-se que anda muito à vontade e a divertir-se. Basta pôr um barco em movimento e ele vai atrás", descreve o monitor. "É um golfinho estranho, muito sociável. Parece amestrado.
Fonte: Jornal de Notícias
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